Salões de Arte

Salões de Arte

"A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível".
Leonardo da Vinci

SACHA E SACHINHA:



Chavantes sedia mostra internacional

• Marcado para novembro, o “3º Salão de Artes de Chavantes” será a primeira mostra internacional da região, com oito países participantes



João Carlos Bellinello mostra a obra "Osun Osogbo" do nigeriano Moses Ogungbemi
Chavantes será a primeira cidade da região a sediar uma mostra internacional de artes. No início de novembro, a Secretaria Municipal de Cultura realiza o 3º Salão de Artes de Chavantes (Sacha), com a participação de oito países — Brasil, Israel, Nigéria, Estados Unidos, Canadá, Chile, Argentina e Austrália.

A exposição, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, será realizada na sede do Lions, de 3 a 9 de novembro, poucos dias após o encerramento do Sachinha (salão infanto-juvenil para crianças maiores de três anos), que vai de 18 a 20 de outubro.

Nem mesmo os organizadores da mostra esperavam uma adesão tão grande. O número de artistas inscritos vai possibilitar a exposição de mais de 100 obras de pintura, desenho, escultura, gravura, tridimensional e fotografia.

A adesão internacional foi uma surpresa para os organizadores. A expectativa em relação à participação de outros países era tão pequena que eles não tiveram nem mesmo o trabalho de enviar convites com traduções em inglês ou espanhol — foram todos em português e, mesmo assim, respondidos corretamente. “E não mandamos mais do que 30 convites para o exterior”, conta uma das organizadoras, a artista plástica Lilia Alonso.

Em âmbito nacional, o Sacha terá participação de artistas dos estados de São Paulo, Paraná, Sergipe e Tocantins. O secretário municipal de Cultura de Chavantes, João Carlos Bellinello, afirma que não houve grandes dificuldades de organização por se tratar de um evento internacional. “É como dizem: a arte não tem fronteiras”, avalia.

Um dos benefícios que o salão trará para Chavantes será a aquisição das obras dos artistas do Canadá, Austrália e Argentina, que já fizeram a doação para a Secretaria Municipal de Cultura.

Nos anos anteriores, o Sacha foi, no máximo, regional. “Depois que resolvemos abrir para outros estados e outros países, tivemos muita ajuda de artistas da cidade, para fazer os contatos”, explicou Bellinello.
A idéia de promover um salão com cidades mais distantes surgiu quando os organizadores perceberam um aumento na participação do Mapa Cultural Paulista — concurso promovido pela Secretaria de Estado da Cultura. “Agora queremos oficializar o salão para fazer parte do calendário oficial da Secretaria de Estado da Cultura”, afirma Lilia.
Embora seja uma cidade pequena, Chavantes possui tradição em arte. “O município vem se destacando no campo das artes plásticas, com nossos artistas participando de muitos eventos no Estado. A participação no Mapa Cultural Paulista, por exemplo, tem sido razoável”, afirma Lilia, lembrando que no ano passado o município chegou à fase final dessa categoria no concurso.
Ela mesma é um exemplo da atividade cultural de Chavantes. Em outubro, Lilia participa da Bienal Internacional de Arte Postal, em Santos.
“Em Chavantes muita gente gosta de arte, o que gera eventos com grande participação e o interesse sempre aumenta”, acredita o secretário Bellinello.
A cidade ainda vai participar da Mostra Intermunicipal de Artes Plásticas, uma exposição itinerante com 10 municípios da região.
Espaço — A única dificuldade encontrada pelos artistas de Chavantes, não apenas durante a realização do Sacha, é a falta de um local adeqüado para exposições permanentes.
O Centro Cultural, segundo os organizadores do Sacha, é pequeno demais para exposições com grande número de obras. As mostras de arte tem sido realizadas sempre na sede do Lions. “Nós estamos tentando conseguir um espaço cultural, em parceria com a prefeitura e os artistas da cidade”, afirma Bellinello.
Para Lilia, o espaço cultural passou a se tornar necessário devido ao grande número de pessoas que atuam na área em Chavantes. “O movimento cultural está ganhando força, forma e adesão. Tem artistas da fotografia aderindo. Por isso, se faz necessário o local”, explica. A prefeitura tem um projeto de criação de um espaço cultural. Com a remodelação do lanchódromo, um espaço nesse local seria reservado para a arte. “Mas é projeto. Até lá, precisamos achar um espaço para os artistas”, afirma Bellinello.
Novidades — O Sacha será, com certeza, uma das poucas oportunidades para que a população da região possa conhecer de perto as novidades no campo das artes plásticas. O fato de diversos países estarem participando da mostra garante uma diversidade que não é comum em cidades pequenas.
Um dos aspectos percebidos pelos organizadores foi o destaque que a gravura tem nas obras de artistas internacionais. “A maior parte é gravura, que é uma técnica muito complicada, quase ninguém fazia mais, mas no exterior está tendo um bom momento”, acredita Lilia.
Entre as obras que já chegaram para o Sacha estão as do nigeriano Moses Kenneth Ogungbemi — atualmente em São Paulo, o que significa que o artista poderá estar presente à abertura da mostra em Chavantes. Nos quadros enviados, Ogungbemi usa técnicas “diferentes”, misturando sobreposição de madeira, pintura, colagem de miçangas e outros materiais.
Os temas das obras também chamam a atenção, por serem locais. O artista retrata imagens de seu cotidiano em Great Hunter (Grande Caçador) — que mostra um caçador de elefantes — e Osun Osogbo — nome da cidade em que reside o nigeriano. (jornal Debate)


O quadro que o Bellinello segura, é do artista plático nigeriano Kenneth, que participou do salão.




EM CONSTRUÇÃO

Nenhum comentário: