Casos

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1- Moradores de Irapé lembram-se do cinema e lamentam descaso:
O bar de Benedito Mimin fica quase em frente ao prédio o antigo teatro da cidade, cujo abandono lembra a decadência do lugar. Ele explica que a função do prédio mudou. “No começo era teatro, depois virou cinema”. Agora no prédio “guardamos defunto” e dançamos baile, tudo no mesmo lugar. Algumas igrejas também fazem cultos ali.
Arnaldo Leal mora nos fundos do bar do filho, na mesma rua.“No cinema eles passavam a imagem na parede, não tinha tela. Tinha uns bancos de madeira. Mas era muito bom, fazia fila para assistir, era movimentado”, lembra.
No mesmo prédio onde funcionou primeiramente o teatro e depois o cinema, as crianças do povoado aprendiam a ler. “Era um professor só pra tudo”. O pai de Arnaldo era português, e veio de Leiria para Ipaussu por volta de 1908. Naquela época, muitos fazendeiros contratavam as famílias para trabalhar na lavoura. “Como o patrão era ruim, meu pai saiu de Ipaussu e veio pra Irapé, onde ajudou a erguer a cidade”. Arnaldo conta, orgulhoso, que seu pai ajudou a construir a igreja, “amassando barro porque não existia cimento”. Para ajudar na aquisição dos tijolos, a família doou 4 sacos de feijão. Ele se lembra da valentia dos moradores do lugar. “Se fizesse coisa errada, morria mesmo. Então todo mundo andava na linha”.
Com a autoridade de morador mais velho do distrito, conta uma história curiosa. Ele lembra que, quando a estrada de ferro estava começando a ser construída em Ourinhos, os índios da região seqüestraram um guarda, levando-o para Marques dos Reis. “Os índios tinham raiva dos brancos”, explica. Segundo ele, depois de um ano praticamente recluso, o prisioneiro foi obrigado a se casar com uma índia. “Quando foram pegando confiança, os índios deixaram o branco sair para caçar. Foi quando ele foi iludindo a índia para fugir dali”, contou. Numa ocasião, o casal conseguiu fugir saindo de Marques dos Reis e indo parar em Ribeirão Claro. No local encontraram uma família colhendo café. Como o casal estava nu, os trabalhadores levaram um susto e saíram correndo para avisar na casa da fazenda que “o capeta havia chegado”. Arnaldo conta que o administrador da fazenda e seus capangas levaram o casal para a fazenda, para que pudessem se vestir. Ali o casal ficou trabalhando por cerca de dois anos, até a morte da índia. Segundo Arnaldo, depois disto o homem casou-se novamente. Arnaldo afirma ter namorado uma filha do novo casal, de nome Celi.
Ele se recorda de uma época em que o povoado tinha importância. “Aqui nós já tivemos juiz de direito, banda de música, time de futebol, médico e padre (referindo-se ao padre Davi Corso, o primeiro vigário). Tinha tudo certinho aqui, mas depois acabou por causa da ferrovia que passou em Chavantes”. (O Debate)

2- Geraldo Machado: Geraldo Negrão Machado, 83, que também é colaborador do DEBATE, nasceu em um sítio na região, mas hoje mora em Chavantes. Ele conta que Irapé era a cidade de referência no tempo dos seus pais e avós. Como não foi possível que a estrada de ferro passasse pelo povoado, que foi erguido numa baixada, o trajeto foi modificado e em torno da estação construída no meio das lavouras nasceu Chavantes. “Se a topografia fosse outra, tudo teria sido diferente”, explica. Segundo ele, o lugar chamava-se Água da Cachoeira, numa referência a uma pequena queda d’água existente no ribeirão Cachoeira. Geraldo também fez referência ao padre Davi Corso, um italiano que em seus sermões comentava com os moradores sobre acontecimentos da Europa durante a 1ª Guerra Mundial. “Irapé cresceu, construíram o teatro e no lugar se reunia muita gente importante, entre fazendeiros e comerciantes”. Naquela época (por volta de 1915), o lugar era conhecido como a “boca do sertão”. A cidade mais próxima era Salto Grande, já que Ourinhos era pouco mais que uma fazenda. Segundo o historiador, com a estação sendo construída em outro local, os principais comerciantes foram se mudando, tendo início a decadência de Irapé e a ascensão de Chavantes.
Sobre a mudança de nome do povoado, Geraldo explica que os negociantes que abasteciam os agricultores vinham de trem até Chavantes, e muitas vezes iam de trole ou a pé até a vizinha Cachoeira. Então, com o uso, o nome da cidade foi mudado de Cachoeira para Irapé. “Quando o sujeito cometia um crime e queria se esconder vinha se amoitar em Irapé, porque a polícia não chegava lá”. Então, durante um determinado período, o lugar ficou conhecido pela violência, com muitas brigas e mortes. “Tinha até um bordel em Irapé, a proprietária se chamava Sinhana Mandioca”. Neste lugar aconteciam brigas, era tumultuado. Porém, com a chegada da cafeicultura na região, os bandidos diminuíram. A fama de violência em Irapé é confirmada por Geraldo Machado, que se recorda que todas as vezes que seu pai precisava ir para Irapé fazer a barba e cortar o cabelo, precisava pedir um revólver emprestado para um empregado. “Não podia ir lá desarmado, era perigoso”. (O Debate)     

3- Mergulho na Represa de Chavantes (SP)
 Raul Guastini Filho: Instructor Trainer NAUI # 23068, Instrutor Nitrox, Instrutor de Primeiros Socorros ASHI e Mergulhador Técnico. Faz parte do Conselho Editorial da Revista Aventura e Ação, e do COMTUR da cidade de Cotia. Além ministrar cursos de mergulho e primeiros socorros pela HDO, Hyperion Dive & Outdoor, trabalha com consultorias, imagens e traduções relacionadas ao mergulho.
Represa de Chavantes - Sua construção começou em 1959 e, em 1970, iniciou-se sua operação. O porte desta hidrelétrica impressiona: a barragem fica a 3 km abaixo da foz do rio Itararé, possui 4 turbinas tipo Francis, gerando um potência de 414 MW, armazenando cerca de 9,4 bilhões de metros cúbicos de água em uma área de 400 km², permitindo a regularização de boa parte da vazão média do rio, evitando enchentes e permitindo a irrigação de toda região ribeirinha.
Nosso local de mergulho fica na Represa de Chavantes (SP), com cerca de 60 mil hectares de área inundada, na confluência dos rios Itararé e Paranapanema, a uma altitude de 563m. A convite do instrutor Rodrigo Bastos Conceição, o Rodrigão, da loja Submarilia, fomos experimentar a sensação de explorar este novo local.
O rio Paranapanema banha a região sudoeste de São Paulo, fazendo divisa com o estado do Paraná. De águas claras, forma em seu percursos diversas cachoeiras e saltos. Sua nascente fica na serra de Paranapiacaba (SP), seguindo a oeste até desembocar no rio Paraná em Porto São José, entre as cidades de Rosana (SP) e Marilena (SP). Seu comprimento chega a 929 km, sendo navegável por mais de 80 km, da foz até a cachoeira do diabo.
O Paranapanema é dividido em três trechos: o Alto Paranapanema da sua nascente até o Rio Apiaí-Guaçu, o Médio Paranapanema, até Salto Grande e o Baixo Paranapanema, até sua foz. O declive entre a nascente e sua foz chega a 600 m de altitude e sua foz chega a ter mais de 500 m de largura.
No percurso ele abriga: dez usinas hidrelétricas, sendo considerado o único rio de grande porte não poluído de São Paulo.
O nome Paranapanema vem do tupi-guarani e significa: “Paraná” - rio caudaloso; e “Panema” - significa infeliz, azarado, ruim, improdutivo, estéril. Assim o termo Paranapanema significa rio azarado, sem peixe. Era conhecido assim pelos índios guaranis, devido ao grande número de quedas de água, dificultando a migração dos peixes.
Mergulho - Nosso mergulho será feito saindo da região dos municípios de Chavantes e Ribeirão Claro, onde a característica predominante são os “ranchos” terrenos e loteamentos na margem da represa. O turismo existe, mas ainda muito do se pode fazer na região não é conhecida. Este trabalho está sendo iniciado pelas prefeituras da região e empresários ligados ao ramo de hotelaria, atividades náuticas e esportes aventura e pesca; lembrando que a represa é administrada pela Duke Energy que mantém trabalhos de conservação, ajudando a manter e melhorar esta região conhecida por suas belezas naturais.
Como na grande maioria dos mergulhos de água doce, além de levar seu equipamento, dependendo do tempo e quantidade de mergulhos, você precisa levar uma estrutura de recarga (compressor), e manutenção (peças, ferramentas), estadia (barraca, alimentação) e deslocamento (barco); ou no local você pode encontrar boa parte desta logística necessária.
É o que a Submarilia quer evitar, oferecendo ao mergulhador uma estrutura de equipamentos, recargas e estadias, como é feito em diversos locais no litoral, desta forma fica muito mais agradável, prático e principalmente leve; viajar sem a necessidade de equipamentos volumosos e pesados, cilindros, embarcação, recargas e estadia são encontradas na região. Com um contato anterior, todas as necessidades de seu mergulho podem ser sanadas e o importante, o acompanhamento de profissionais que conhecem o local do mergulho.
Início da aventura: A chegada ao local é feita por pequenas estradas de asfalto e ou terra. Vale destacar a quantidade de gado na estrada, impedindo a passagem dos veículos; frequentemente é necessário sair do carro para espantá-los, é divertido, portanto vá devagar e o sentido de dupla no mergulho já começa por aí, um dirige e o outro espanta.
Conhecemos dois pontos para servir de base: um resort e um local com flats para alugar; ficamos nos flats desta vez. Barco pronto, duplas prontas, partimos para o ponto de preparação e descida na ilha do Bode. Lá a Submarilia mantém uma bóia e, no fundo, uma plataforma para o pouso em segurança. Equipamos fora do barco em um pequeno costão de pedras e pela superfície chegamos a bóia de descida.
Por causa da chuva no fim de semana, tivemos a visibilidade muito afetada, dava uns dois metros no máximo e muito sedimento em suspensão. Mantive a flutuação enquanto os outros mergulhadores ajoelhados na plataforma faziam alguns ajustes no equipamento. Realmente a plataforma ajuda muito aos menos experientes na flutuabilidade e permite o apoio, sem levantar a suspensão e sem ter aquela sensação de estar atolado na lama.
A navegação pode ser feita através de cabos já colocados formando dois circuitos um mais raso em média de até 9m de profundidade para os iniciantes e outro de maior distância e uma média de profundidade de 12m. Uma terceira linha sai para a parte mais funda, esta chega até os 25m, daí você continua o mergulho jampeando ou usando as técnicas de navegação por instrumentos.
Técnicas de mergulho - O fundo diferencia, começa com lodo, tem partes de pedras calcarias, rochas e depois, na parte mais profunda, volta a predominância do lodo. O mergulho exige bastante das técnicas de flutuação e batimentos de pernas, pois no lodo o menor contato ou movimento da água já levanta suspensão. Em contra partida não existem muitos troncos e árvores e os que sobraram não oferecem um grande perigo de enrosco, a temperatura no dia estava em 20°C no raso e no fundo beirava uns 17°C.
Em matéria de vida a represa oferece peixes como tucunarés, pintados, corimbas, pacus e outros e muitos caramujos. Em nosso mergulho fomos acompanhados por pequenos cardumes de campineiros.
Em Chavantes, pode-se fazer do mergulho recreativo até o técnico, como também nos intervalos conhecemos algumas cachoeiras próximas. Com o apoio de barco tudo fica mais perto e confortável. Um lugar que vale a pena conhecer.
Mergulho em Chavantes 2009 - Texto e fotos de Raul Guastini 




4- Alunos resgatam a história de Irapé:
Por meio de pesquisa, alunos de escola municipal descobriram que o distrito teve o primeiro teatro do Oeste Paulista, inaugurado por Henriqueta Brieba.
Os alunos e professores da escola municipal “João Batista de Mello Júnior”, de Irapé — distrito de Chavantes — realizaram na semana passada a exposição de um projeto de resgate da história do local. O projeto “Minha terra, minha gente, minha escola” é desenvolvido na escola desde o início do ano.
Para conhecer a história do distrito de Irapé, os alunos conversaram com pessoas idosas, buscaram fotografias no Museu de Chavantes, pesquisaram a influência da imigração e realizaram visitas a locais tradicionais da cidade. “Eles buscaram desde os tempos da fundação, descobriram que era terra de coronéis e que em Irapé foi instalado o primeiro teatro do Oeste Paulista”, conta a coordenadora da escola Cátia Cilene de Moraes. O Teatro São José foi inaugurado em 1921 pela atriz Henriqueta Brieba e até hoje o prédio mantém as suas características originais

Segundo a coordenadora, é importante mostrar aos alunos, por meio de fatos como esse, que mesmo uma localidade pequena como o distrito de Irapé tem importância histórica.
Os principais pontos da cidade — principalmente as construções antigas — foram reproduzidos em maquetes e desenhos feitos pelos alunos. A exposição marcou a comemoração dos 52 anos da escola, que atualmente atende cerca de 400 alunos de 1ª a 8ª série nos períodos da manhã, tarde e noite — além de manter uma classe de 30 alunos do programa Educação para Jovens e Adultos (EJA).
Os alunos também pesquisaram a história da própria escola, e montaram uma “colcha de retalhos” com fotos antigas e recentes. “Eles acompanharam toda a evolução de sua escola e conversaram com ex-funcionários”, afirma Cátia.
Valorização — Trazer ex-alunos e funcionários da escola para ministrar palestras também foi uma forma encontrada pelos professores para promover uma valorização da educação, das crianças e do distrito de Irapé.
As palestras fazem parte do projeto “Valorizando a vida”, que prevê depoimentos de pessoas nascidas no Irapé aos alunos. Já participou desse projeto um ex-aluno que cursou a primeira série na escola e depois se tornou prefeito de outro município, Alex Craveiro, que atualmente é jogador de futebol do Bangu e Reinaldo Lopes Ribeiro — que presta serviço voluntário na escola ensinando informática aos alunos. “Nós tentamos, contando nossa história pessoal, mostrar que estivemos expostos a coisas boas e ruins e que por meio da educação, conseguimos algo”, explica Reinaldo. “Tem gente que estudou comigo e já morreu. Outros foram presos”, conta.
Segundo a professora da 2ª série, Ana Paula Elia, o projeto é uma forma de mostrar aos alunos que, apesar da exposição às drogas e à violência, é possível realizar a opção por outro caminho.
 “As pessoas que dão seu depoimento nasceram em Irapé como eles, estudaram na escola em que eles estudam e conseguiram ser bem sucedidas em suas vidas. Isso mostra aos alunos que há possibilidade, por meio da educação, de se chegar a algum lugar”, explica a coordenadora Cátia.
O projeto também abordou temas como a saúde, o uso de entorpecentes e a ecologia. “Eles produziram um gráfico mostrando a porcentagem de gravidez na adolescência no distrito. É um índice alto, temos aluna de 13 anos que é mãe”, diz.
Na área ambiental os alunos visitaram o Museu Aquático de Marília e fizeram pesquisas sobre animais marinhos. Recentemente, a escola venceu um concurso sobre ecologia promovido pela Duke Energy, com participação de 60 escolas da região.

5- Cantor Fábio Jr. doa R$ 12 mil para Santa Casa
CHAVANTES — Contador do cantor mora em Chavantes e intermediou doação; recursos serviram para reformar quarto do hospital e iniciar obras em outro.
O cantor Fábio Júnior doou R$ 12 mil para a reforma de um quarto da Santa Casa de Chavantes. A doação foi possível através da intermediação do contador do cantor, Mário Antônio Ornagui, que mora em Chavantes. O dinheiro serviu para pintura do quarto, aquisição de móveis e utensílios. A sobra foi usada para iniciar a reforma de outro quarto.
O filho do cantor, Fiuk, também fez doações para a brinquedoteca do hospital, montada para crianças internadas. A Santa Casa está recebendo doações de empresários para a reestruturação do prédio e para melhorar a qualidade de atendimento.

 
6- Chavantes começa construção do camping municipal:
CBA, do grupo Votorantim, fechou acordo com o município e liberou recursos para obra que deve ser inaugurada em março do próximo ano. As obras, nas proximidades da Ponte Pênsil, na divisa de São Paulo com o Paraná, já começaram. A terraplanagem começou após contrato firmado entre a CBA (Cia. Brasileira de Alumínio) e a prefeitura. O município está usando equipamento da Ummes (União dos Municípios da Média Sorocabana) e já limpou o terreno.
O camping faz parte da compensação da CBA pelas áreas inundadas para a construção da usina hidrelétrica de Ourinhos. A revitalização da ponte pênsil de Chavantes e a construção de uma nova ponte ao lado também fizeram parte do “pacote” de compensações.
A prefeitura anunciou que a obra terá quiosques, quadra poliesportiva, campos de futebol, lanchonetes e área de lazer com estacionamento. A inauguração está prevista para março de 2012.
No entanto, enquanto as obras de construção do camping estão começando, a situação da rodovia de acesso ao local é precária. Do lado paranaense, a estrada de acesso a Chavantes também está completamente destruída. (Jornal Debate)

7- Tragédia em 1983: O Dia Em Que Os Céus Se Abriram:

O rio Paranapanema passando por cima da ponte em Piraju.  

As fortes chuvas que caíram na nossa região provocaram muita preocupação e deixaram muitos habitantes locais desabrigados no ano de 1983.
Segundo jornais da época, os prejuízos foram incalculáveis. Choveu muito, cerca de 432,9 milímetros em 17 dias, sem cessar, causando estragos na barragem, que ficou completamente submersa.
 

8- FORUN de Chavantes ganhará novo prédio. Foi encaminhado ao Poder Judiciário de Chavantes, documento que torna oficial a doação de terreno para a construção do novo prédio para o Fórum. A área de 10 mil metros quadrados foi cedida pela família Vergara, proprietários da Fazenda Santa Maria.

9- Chavantes pode se transformar em estância turísica:
Atendendo aos pedidos das autoridades e da população chavantense o Deputado Estadual Antônio Salim Curiati, do Partido Progressista, apresentou na 63ª sessão ordinária da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, o projeto de Lei n.º 600/2011 visando transformar em Estância Turística o Município de Chavantes-SP.
O Deputado apresentou a seguinte justificativa: Chavantes é um município brasileiro do Estado de São Paulo, fundado no ano de 1887. Em 8 de Outubro de 1917 foi elevado a condição de Distrito e em 4 de Dezembro de 1922 À de Município. Localizado a 370 km da capital, Chavantes conta atualmente com uma população superior a 12 mil habitantes. Nem mesmo as hostilidades do solo impediram o progresso desta localidade, hoje tida como uma das mais bonitas e prosperas da região. Com uma população agradável, com um comércio vasto e diferenciado, com belezas naturais significativas, com seu clima subtropical, Chavantes detém todos os requisitos para se tornar uma Estância Turística. Possui uma topografia privilegiada; é dotado de diversos atrativos de tradições culturais preservadas; patrimônios históricos conservados com esmero; artesanato típico e variado; paisagens deslumbrantes, centros de cultura e religiosidade; lazer e gastronomia; razões pelas quais vem sendo procurado, cada vez mais, por turistas em busca de lazer, descanso ou entretenimento. A transformação de Chavantes em Estância Turística é uma medida justa e se constitui em reivindicação dos munícipes e das autoridades locais, visto que possibilitará ao Estado destinar ao Município recursos, através do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento às Estâncias. Sendo assim, estamos apresentando o Projeto de Lei na certeza de que o mesmo contará com a provação desta CASA e do Chefe do Poder Executivo. Sala das Sessões, em 10-6-2011. a) Antonio Salim Curiati – PP

10- Hidrelétrica foi inaugurada por Médici:
CHAVANTES - Presidente e Governador participaram da inauguração em 1971.


A usina hidrelétrica de Chavantes, na época uma das maiores obras de captação de energia do Brasil, foi inaugurada no dia 25 de janeiro de 1971. Sua construção, entretanto, começou em 1959 e seu porte energético era impressionante. Foi notícia em todos os veículos de comunicação da época e até tema de filme de propaganda governista exibido nos cinemas antes dos filmes.
A data da comemoração dos 42 anos também é controversa.  A hidrelétrica acrescentou 11% a mais no potencial energético do Brasil, segundo noticiou o jornal “Folha de S. Paulo” no dia da inauguração, em reportagem de página inteira.
O tamanho do reservatório da hidrelétrica de Chavantes é de 400 quilômetros quadrados, o equivalente a 37 mil campos de futebol. O armazenamento de água chega a 9,4 bilhões de metros cúbicos.
Com a extinção da estatal Cesp, Centrais Elétricas de São Paulo, a hidrelétrica passou a integrar a Duke Energy International, Geração Paranapanema.
Propaganda da ditadura — A hidrelétrica de Chavantes, mais do que uma gigantesca matriz energética, foi um instrtumento valioso de propaganda da ditadura militar que se instalou no poder a partir de 1º de abril de 1964.
Por isso, a inauguração do empreendimento levou a Chavantes nada menos do que o presidente da República da época, o ditador Emílio Garrastazu Médici, o governador de São Paulo, Roberto Costa Abreu Sodré, e centenas de autoridades de vários Estados. Havia muitos militares de alta patente e um deles era João Batista Figueiredo, que anos depois seria o último presidente escolhido pela ditadura militar.
Outra curiosidade é que a grafia da cidade naquela época era com “x”, por isso todos os documentos e publicidade sobre a usina citam “xavantes”, Somente em 1981, por ato do governador do Estado, o município voltou a ser Chavantes.

O governo Médici se notabilizou pelo clima de ufanismo, futebol e muitos recursos provenientes de empréstimos no exterior. Era a época do “milagre econômico” e do jargão “Brasil, ame-o ou deixe-o. Aliás, a agressividade da propaganda da ditadura militar também pode ser notada nos anúncios de página inteira, publicado nas principais revistas do país, anunciando a hidrelétrica de Chavantes. O título era “Um choque de 400.000 kw para quem tentar segurar este país”.
Nos cinemas, era tradicional exibir, antes do filme, uma espécie de noticioso com propaganda da ditadura. Com imagens de Plínio Carbonari, a bandeira brasileira tremulava enquanto o locutor enaltecia a grande obra do presidente Médici. O filme foi resgatado pela Duke Energy e uma cópia foi cedida ao Museu Histórico de Chavantes.

DECRETO N. 30.186, DE 22 DE NOVEMBRO DE 1957
Dispõe sôbre a desapropriação de imóveis situados no distrito e município de Chavantes, comarca de Ourinhos, necessários a serviços da Estrada de Ferro Sorocabana.
JÂNIO QUADROS, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, usando de suas atribuições legais e nos têrmos do artigo 43, alínea "a", da Constituição do Estado, combinado com os artigos 2.º e 6.º do Decreto-lei Federal n. 3.365, de 21 de junho de 1941,
Decreta:
Artigo 1.º - Ficam declaradas de utilidade publica, a fim de serem desapropriadas pela Fazenda do Estado, por via amigável ou judicial, as áreas de terreno abaixo caracterizadas, situadas no distrito e município de Chavantes, comarca de Ourinhos, necessárias aos serviços de melhoramentos da linha tronco da Estrada de Ferro Sorocabana (com os limites e confrontações constantes das plantas da mesma Estrada, que com êste baixam devidamente rubricadas pelo Secretário da Viação e Obras Públicas, a saber:
I. Uma área de terreno com 5.040,00 m2 (cinco mil e quarenta metros quadrados), situada entre as estacas 1134 + 5,00 a 1142 + 10,00 da locação, que consta pertencer a João e Francisco Dálio e descrita na planta SD. 616;
II. Uma área de terreno com 8.235,00 m2 (oito mil, duzentos e trinta e cinco metros quadrados), situada entre as estacas 1142 + 10.00 a 1156 + 4,50 da locação, que consta pertencer a João, Francisco, Júlio e Modesto Dálio e descrita na planta SD. 616;
III. Uma área de terreno com 9.180,00 m2 (nove mil, cento e oitenta metros quadrados), situada entre as estacas 1157 + 17,20 a 1173 + 4,50 da locação, que consta pertencer a João, Francisco, Júlio e Modesto Dálio e descrita na planta SD. 616;
IV. Uma área de terreno com 1.950,00 m2 (hum mil, novecentos e cinquenta metros quadrados), situada entre as estacas 1173 + 4.50 a 1176 + 9,00 da locação, que consta pertencer a Olimpio Coraza e descrita na planta SD. 616;
V. Uma área de terreno com 720,00 m2 (setecentos e vinte metros quadrados), situada entre as estacas 1194 + 8,10 a 1195 + 14,00 da locação, que consta pertencer a Olimpio Coraza e descrita na planta SD. 616:
VI. Uma área de terreno com 9.930.00 m2 (nove mil, novecentos e trinta metros quadrados), situada entre as estacas 1178 + 9,00 a 1193 da locação, que consta pertencer a Júlio Cerão e descrita na planta SD. 616;
VII. Uma área de terreno com 1.720,00 m2 (hum mil, setecentos e vinte metros quadrados), situada entre as estacas 1195 + 14.00 a 1198 + 9,00 da locação, que consta pertencer a Duilio João Dálio e descrita na planta SD. 616;
VIII. Uma área de terreno com 1.480 00 m2 (hum mil, quatrocentos e oitenta metros quadrados), situada entre as estacas 1198 + 9,00 a 101 da locação, que consta pertencer a José Galati e descrita na planta SD. 625;
IX. Uma área de terreno com 8.680.00 m2 (oito mil, seiscentos e oitenta metros quadrados), situada entre as estacas 1201 a 1224 + 6,00 da locação, que consta pertencer a José Maria de Almeida e Olimpio Coraza e descrita na planta SD. 625;
X. Uma área de terreno com 2.840,00 m2 (dois mil, oitocentos e quarenta metros quadrados), situada entre as estacas 1204 + 16,00 a 1218 + 7,00 da locação, que consta pertencer a Aparecido Brasilio Bonaci e descrita na planta SD. 625.
Artigo 2.º - A desapropriação de que trata o artigo anterior é declarada de natureza urgente, para os efeitos do artigo 15 do Decreto-lei Federal n. 2.865, de 21 de junho de 1941, alterado pela Lei n. 2.788, de 21 de maio de 1956.
Artigo 3.º - As despesas com a execução do presente decreto correrão por conta da verba própria da Estrada de Ferro Sorocabana, consignada no orçamento do Estado sob n. 299.8.01.2.273 - Obras Ferroviárias - Fundos Especiais.
Artigo 4.º - Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Artigo 5.º - Revogam-se as disposições em contrário.
Palácio do Govêrno do Estado de São Paulo, aos 22 de novembro de 1957.
JÂNIO QUADROS
Antonio de Queiroz Filho
José Vicente de Faria Lima
Publicado na Diretoria Geral da Secretaria de Estado dos Negócios do Govêrno, aos 22 de novembro de 1957.
Carlos de Albuquerque Seiffarth - Diretor Geral

Cartório de Registro Civil de Chavantes completou 100 anos de existência em 2010:
 Em 15 de julho de 1910, foi instalado em Chavantes o cartório de Registro Civil completando, portanto, 100 anos. Contudo, esta mesma serventia foi reinstalada em outubro de 2009 como Registro de Imóveis, Títulos e Documentos, Civil de Pessoa Jurídica, Civil de Pessoas Naturais e Interdições e Tutelas da Sede da Comarca do município, sob a administração da Oficiala Raquel Borges Alves Toscano.
O primeiro ato do registro civil lavrado no cartório foi o de nascimento, em 18.07.1910. No mesmo mês, em 28.07.1910, foi feito o primeiro registro de óbito, já o de casamento, em 01.09.1910.  

DECRETO N. 17.628 – DE 7 DE JANEIRO DE 1927
Approva os projectos de casas para, moradia do agente da estação de Chavantes e dos mestres de linha, nas estações de Cerqueira, Cesar e Quatá, do ramal de Tibagy, da Estrada de Ferro Sorocabana, e bem assira os orçamentos, na importancia de 32:271$916 (trinta e dous contos duzentos e setenta e um mil novecentos e dezeseis réis),e  9:880$082 (nove contos oitocentos e oitenta mil, e oitenta e dous réis).
O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, attendendo ao que requereu a Estrada de Ferro Sorocabana e de accôrdo com as informações prestadas pela Inspectoria Federal das Estradas, em officio n. 843/S, de 9 de dezembro do 1926, DECRETA:
Artigo unico. Ficam approvados os projectos de casas para moradia do agente da estação de Chavantes, e dos mestres de linha, nas estações de Cerqueira Cesar e Quatá, todas do ramal de Tibagy, da Estrada de Ferro Sorocabana, e bem assim os respectivos orçamentos, reduzidos, pela Inspectoria Federal das Estradas, ás importancias de 32:71$916 (trinta e dous contos duzentos e setenta e um mil novecentos e dezeseis réis) e 9:880$082 (nove contos oitocentos e oitenta mil e oitenta o dous réis), conforme os documentos que com este baixam, rubricados pelo director geral de Expediente da Secretaria de Estado do Ministerio da Viação e Obras Publicas.
Paragrapho unico. Fica autorizada a inscripção, na conta de capital do ramal de Tibagy, depois de devidamente apurada em regular tomada de contas, das despezas que forem effectivamente realizadas, até os maximos de 32:271$916 (trinta e dous contos duzentos e setenta e um mil novecentos e dezeseis réis). Com a construcção da casa para o agente, da estação de Chavantes, e 19:160$164 (dezenove contos setecentos e sessenta mil cento e sessenta e quatro réis), com a das duas casas para mestres de linha, nas estações de Cerqueira Cesar e Quatá.
Rio de Janeiro, 7 de janeiro de 1927, 106º da Independencia e 39º da Republica.
WASHINGTON LUIS P. DE SOUSA.
Victor Konder.

Os Oti-Xavante: a tribo indígena que habitou nossa região. 
A história desses índios foi pouco estudada, segundo o historiador João Francisco Tidei de Lima, que escreveu “A ocupação das terras e a destruição dos Índios na região de Bauru”. A dizimação foi tão rápida que os historiadores não tiveram tempo de estudar, explica.
Um desses ataques é citado na dissertação de mestrado em Ciências Humanas de História Social pela Universidade de São Paulo (USP) em 1978 com base em relatório da repartição geral de terras públicas de 1859. A Freguesia de São Domingos foi salteada pelos índios, mas os moradores repeliram obrigando-os a abandonarem em fuga diversos objetos furtados.
De acordo com João Tidei de Lima, o antropólogo Egon Shaden citou os Oti-xavantes em um artigo no antigo Diário de São Paulo de Assis Chateaubriand. “Na ocasião do IV centenário de São Paulo, em 1954, ele fez um trabalho interessante sobre a população indígena do Estado. Mapeou a população indígena. Ele cita que na região de Campos Novos Paulistas, entre Ourinhos e Marília pela rodovia, havia 500 índios Oti-xavantes que foram dizimados pelos brancos. Não sobrou ninguém para contar a história. Eles teriam habitado a região no final do século 19, começo do 20.”
A destruição da população indígena, ressalta Tidei de Lima, foi obra de fazendeiros. “Eles contratavam as tropas de bugreiros para dizimar os índios e tomar posse da terra. Esses homens eram pagos para acabar com toda uma aldeia e recebiam por isso.”
O historiador explica que a expressão bugreiros é francesa e significa pessoa má. “Os índios eram em pequeno número. Os bugreiros acabavam com eles rapidamente. Eles serviram, posteriormente, às empreiteiras que construíram as ferrovias. As doenças transmitidas pelos brancos também cooperaram com as mortes indígenas.”
O poder dos proprietários de terras era tão grande na época que eles conseguiam desviar a trajetória de uma linha férrea. “A Estrada de Ferro Sorocabana deveria passar por Campos Novos Paulista a partir de Botucatu, mas foi desviada por força do coronel Sanches de Figueiredo que mantinha o título por tê-lo adquirido”. O coronel não teria permitido que a estrada passasse pela sua propriedade.
Os esquecidos indígenas Oti Xavante
Prof. Carlos Alberto dos Santos Dutra, mestre em História pela UFMS
Foto de um índio Oti Xavante fotografado durante a Exploração do Rio do Peixe pela Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo, em 1913.
Quinta-feira, 1º de julho de 2004, encontro-me na cidade de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, e o celular toca. “Aqui é Maria Luiza, da Rede Globo, do programa Fantástico e gostaria de obter uma informação sobre a data da morte da índia Ofaié Xavante Maria Rosa que é apresentada no filme do Zelito Viana, pois sabemos que o senhor é um estudioso sobre esse povo. O senhor poderia nos ajudar?”. A princípio me senti honrado em ter sido lembrado pela mais importante formadora de opinião do país, ao mesmo tempo em que manifestei preocupação pois me sentia, naquele momento, no dever de informar a jornalista global, que também é consultora da Unesco para a Funai, que na verdade, a indígena a que ela se referia não se tratava de uma Ofaié e sim de uma Oti. Ainda que correndo o risco de ouvir da repórter que minhas informações acabariam por “desmontar” sua reportagem em vias de ir ao ar, mesmo assim arrisquei contar-lhe uma outra história. Falei-lhe um pouco sobre a trajetória da tribo Oti, habitantes do chamado Oeste paulista, a qual pertencia a indígena Maria Rosa, equivocadamente apresentada por Zelito Viana, em 1979, como Ofaié.
E rapidamente falei-lhe desses indígenas chamados de Oti Xavante e que foram criminosamente exterminados no início do século XX pelas frentes de expansão ferroviária e cafeeira que praticamente limparam os campos da região de Bauru avançando até as margens do rio Paraná, comprimindo esses indígenas nos limites do vizinho estado de Mato Grosso do Sul.
O etnólogo alemão naturalizado brasileiro, Curt Nimuendajú, divulgou informações sobre “O Fim da Tribo Oti” ainda em 1910, porém, seu texto só veio a lume no Brasil em 1982 pela editora Loyola. De outro lado, Darcy Ribeiro, em 1951, pela Revista do Museu Paulista, já descrevia uma “Notícia sobre os Ofaié-Chavante”, onde, subsidiado por Nimuendajú, informava sobre esses três grupos de indígenas que, durante o período dos bandeirantes e expedições científicas, foram causa de muita confusão e equivocadamente todos apresentados pela historiografia simplesmente como “Chavantes”. Assim chamados, creio, porque habitantes das Savanas, o nosso cerrado do Centro Oeste brasileiro. Na verdade eram os Akwén Xavante, do rio das mortes, no Mato Grosso, que se autodenominam Xavante; os Ofaié Xavante, da margem direita do rio Paraná, no Mato Grosso do Sul, que se autodenominam Ofaié, e os Oti Xavante, do lado paulista, na região de Campos Novos, hoje extintos, e que se autodenominavam Oti. Em nossa obra “Ofaié, morte e vida de um povo”, editada em 1996, pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, na página 76 pensávamos ter corrigido esse erro ao escrever: “Em Terra dos Índios, produção da Embrafilme, o diretor Zelito Viana apresenta Maria Rosa, uma mulher Ofaié Xavante como sendo a última sobrevivente desta tribo, vivendo no Posto de Icatu, município de Bauru-SP. Na verdade trata-se de uma das últimas sobreviventes da tribo Oti e não Ofaié. Não tendo ninguém com que possa falar sua língua, prossegue a narração, Dona Maria Rosa, ao ouvir o gravador repetindo suas palavras, acreditou que pudesse estabelecer um diálogo com a máquina. Faz perguntas como: Cadê meu pai? Cadê minha mãe”. Hoje sabemos, Maria Rosa faleceu em outubro de 1988, com 122 anos de idade neste mesmo Posto Indígena de Icatu. A notícia foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo (Estadão) através da sucursal de Marília pelo jornalista Luis Carlos Lopes e reproduzida pelo jornal Correio do Estado, de Campo Grande-MS, no dia 24 de outubro de 1988, página 16. Aqui em Brasilândia, na margem sul-mato-grossense do rio Paraná, o ex-cacique Ofaié, Ataíde Xehitâ-ha, olha para sua aldeia formada por mais de 60 pessoas e sorri. Diz para mim que viu a reportagem e não entendeu nada do que a mulher falou. “Ela falava uma língua muito distante da do meu povo”, me confidencia. O Fantástico do dia 10 de outubro, 16 anos após a morte de Maria Rosa nos brindou com uma reportagem sobre uma tal cena mágica buscando mostrar através da obra de Zelito Viana que o cinema é mais do que simples imagens em movimento. Disse bem, ele pode narrar vidas e descobrir verdades. No caso da velha Oti Xavante entrevistada pelo cineasta, entretanto, a reportagem em nada contribuiu para corrigir o equívoco levado ao ar, ao chamá-la de “ultima Ofaié”. Fez pouco causo das informações que lhe foram repassadas três meses antes.
Hoje não existem mais Oti para pedir reparação sobre o dano praticado. Resta aos telespectadores o consolo de poder buscar em algum livro escondido nalguma prateleira singular um cadinho da verdade sobre a história do massacre praticado contra esse povo e que resultou na dizimação dos Oti da margem direita do Paranapanema. Autores como João Francisco Tidei de Lima e Nímenon Suzel Pinheiro, em trabalhos acadêmicos recentes pela USP e pela UNESP revelam com maestria a quem interessa ocultar e como se deu a destruição desses Oti e Kaingang que povoavam o Oeste paulista. Em tempos não tão recuados, foi sem dúvida, a história e seus manuais didáticos de divulgação –entre eles, agora, o Fantástico--, que se encarregaram de riscar do mapa essas populações incômodas cujo silêncio ainda hoje sobre elas perdura a desinformação.
Artigo publicado no Jornal da Cidade, Brasilândia-MS, 30.Set.-23.Out.2004; Diário MS, Dourados-MS, 21. Out.2004; Leste Notícias, Presidente Prudente, 21.Out.2004. e em DUTRA, C.A.S. Uma flecha no coração de Hans Kelsen, Brasilândia-MS: Edição do Autor/Clube de Autores, 2009, p. 62.

DECRETO N. 39.186, DE 6 DE OUTUBRO DE 1961

PLANO DE AÇÃO - Dispõe sôbre a desapropriação de imóvel situado na Vila Jardim Conceição, distrito e município de Chavantes, comarca de Ourinhos, necessário à construção do 2.º Grupo Escolar de Chavantes

CARLOS ALBERTO A. DE CARVALHO PINTO, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, usando de suas atribuições legais e nos têrmos do artigo 43, alínea "a", da Constituição do Estado, combinado com os artigos 2.º e 6.º do Decreto-lei Federal n. 3.365, de 21 de junho de 1941,
Decreta:
Artigo 1.º - Fica declarado de utilidade pública, a fim de ser desapropriado pela Fazenda do Estado, por via amigável ou judicial, um terreno de forma retangular, com a área de 3.500 m²(três mil e quinhentos metros quadrados.), situado na Vila Jardim Conceição, distrito e município de Chavantes, comarca de Ourinhos, quadra 14 do município, que consta pertencer a Dirceu Vedovello, necessário à construção do 2.º Grupo" Escolar de Chavantes, medindo 100,00 metros de frente para a rua Maestro Carlos Gomes por 35,00 metros da frente aos fundos, confrontando em ambos os lados e fundos com D. Maria da Conceição Ferreira Fonseca e outros, medidas essas constantes da planta anexa ao processo DJ-21329-61 do Departamento Jurídico do Estado.
Artigo 2.º - As despesas com a execução do presente decreto correrão por conta da verba própria do orçamento vigente.
Artigo 3.º - Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Artigo 4.º - Revogam-se as disposições em contrário.
Palácio do Govêrno do Estado de São Paulo, aos 6 de outubro de 1931. 
CARLOS ALBERTO A. DE CARVALHO PINTO
Antonio Queiroz Filho
Luciano Vasconcellos de Carvalho
Publicado na Diretoria Geral da Secretaria de Estado dos Negócios do Govêrno, aos 6 de outubro de 1961.
João de Siqueira Campos,  Diretor Geral, Substituto 

Agência da Ford em Chavantes:
Anos atrás, meu marido José Carlos Alves de Souza, recebeu de um amigo a informação de que Chavantes teve uma agência da Ford, que funcionou onde hoje é a máquina de arroz do Beto Peres. Para minha surpresa, ao pesquisar fotocópias do jornal O Município ano 1934 (material do Museu Municipal), encontrei a propaganda divulgando a referida loja, mas não pude confirmar o endereço.
Veja:




Mais um amigo enviou informações de sua família, participando assim, da construção do blog.

"Sou Maria Angela Geraldo , neta de João Geraldo. Meu avô italiano , chegou no Brasil no dia 23/12/1888 com 4 anos de idade, indo para São Simão com seus pais e irmã. Em 1904 se casa Antonia Dell' Acgua, vindo morar posteriormente a pedido de sua irmã Ana Geraldo Bueno ( esposa de Zacarias) em Chavantes, tendo 11 filhos, sendo que meu pai Pedro Geraldo foi o caçula e nasceu aí, depois quando adulto vai morar em Uraí PR , formando sua família , casando-se com Conceição Duarte Geraldo e tendo 6 filhos ( Maria Antônia, José Renato, Maria Angela, João Geraldo, Luiz Henrique e Homero Cezar).Muito interessante teu blog e vendo os " Casos", gostaria de comentar sobre a Agencia Ford.Meu avô na época da inauguração desta Agência, era relojoeiro muito habilidoso e a Agência não tinha nenhum mecânico. O que fez o proprietário, ofereceu a ele o cargo de mecânico, sendo ele assim o primeiro mecânico da Ford em Chavantes ( pelos comentários de meu pai e tios , ele era muito bom neste serviço.Gostaria que você completasse, com esta informação, sobre a Agência Ford".AbraçosMaria Angela



Fazenda São Miguel:
Nelson Alves de Souza, (pai de José Carlos Alves de Souza) comprou, juntamente com seu cunhado Gerson de Almeida, uma fazenda no município de Chavantes, denominada São Miguel. Isso aconteceu no ano de 1959. Fazia divisa com a fazenda Sta. Otália, fazenda Granja, fazenda Velha  (Sobra) em Ourinhos. Ali perto ficavam as terras das famílias Prado e Regalla e a invernada do Henrique Redher.
A fazenda, por influência de Nelson, criou a 1ª escola rural de Chavantes e sua 1ª professora foi Maria Eugênia Alves de Souza e Lima.

Jornal O Município:
Foi um grande feito para a época. 
No dia 09 de março de 1931, o Sr. Adelino Gião fundava o jornal O Município em Chavantes. Durante muito tempo, pequisei a história de Chavantes através do jornal que possui vários nºs arquivados no Museu Municipal.
Se você possui um exemplar do jornal, faça uma cópia e doe ao nosso museu. Ele será muito útil.
O Sr. Gião, foi um corajoso munícipe, relatando com valentia os acontecimentos da nação , do município e da região. Meu  agradecimento. 
Propaganda de 1934.
O Sr. Adelino Gião faleceu em Chavantes, no dia 23 de março de 1937.

Wilson e Idalina Bassit:
Formam um belo e simpático casal. Participam da vida social e política do município desde muito cedo possuindo muitas recordações interessantes.
Wilson, com uma memória fantástica  para nomes e   fatos,  relatou-me  várias  histórias.
" Na Revolução de 1932, uma das que destruiu a Ponte Pênsil, a tropa gaúcha se aproximou da cidade. A população, com muito medo das armas dos gaúchos procurou sítios isolados para se esconder. Poucos aqui ficaram. Entre eles, estava o Sr. Gumercindo Lopes (bisavô do José Eduardo, o Batata), que resolveu ficar e enfrentar a tropa de peito aberto.
Qual não foi a sua surpresa quando a tropa entrou na cidade e seu comandante era, na verdade, seu velho amigo Capitão Alberto Costa. E a população de Chavantes foi tratada " a pão de ló" como se dizia.
O sítio que  mais  abrigou  chavantenses  foi o  do  Sr.  Paiva,  pois  sua  família  era  muito  estimada.
Ainda durante a revolta, uma piada que todos contavam era: a tropa paulista ficava numa margem do Rio Paranapanema e a gaucha na outra. Os paulistas para mostrarem força, sacudiam uma matraca e o som saía como se fosse de uma metralhadora. Ambos os lados atiravam e as balas coitadas, caiam é no meio do rio. Ainda bem".
"Onde hoje é a casa da Geny Dálio, havia um barracão que ficou conhecido como "Casa do Soldado" pois era ali que o destacamento gaúcho ficou alojado. Muitas festas e bailes aconteceram no salão e, na esquina, onde foi o posto de saúde, havia a cadeia pública".
"Durante muito tempo, o Baile da Amizade foi realizado no salão enorme da secadora de café do Chequer".

Fapi:
Em 1967, aconteceu em Ourinhos a 1ª FAPI. Foi montada no terreno onde hoje é o Monstrinho. Através do empenho do Sr Dirceu Vedovello, a Prefeitura Municipal de Chavantes esteve presente divulgando o Município.

 Regina Celi M.Rotelli e Lucia Helena Vedovello

Regina Celi M.Rotelli, Lucia Helena Vedovello e Dirceu Vedovello

O Padre Hecker e a pombinha da Igreja:
Por volta de 1945, uma pombinha resolveu morar dentro da igreja. E a fazer suas necessidades também, o que ocasionou muitos contratempos. O padre durante um sermão, pediu o socorro da população para que a pomba fosse retirada, pois não era possível continuar com a sujeira na igreja e nas pessoas. Um adolescente ouviu e achou por bem resolver do seu jeito.
No domingo seguinte, com uma espingarda de carregar pela boca, bem no horário da missa, Silvio Cadamuro ficou atrás de uma porta esperando o passeio da pombinha. E não deu outra. A pombinha voou e o tiro ecoou.O estouro no local silencioso quase matou de susto a população.
E o jovem garoto ficou, a partir dai, com a fama de " o  filho louco do Mario Cadamuro".


A Loira (Loura) do Banheiro:
Assustou toda uma geração. Durante alguns anos, muitas meninas tinham medo de entrar no banheiro do Ernesto Fonseca, com medo da "loura do Banheiro". Uma aparição de mulher, loura, bonita, com vestido longo e branco, que só aparecia nos banheiros femininos das escolas para assustar as meninas.
Espero que a lenda urbana tenha desaparecido com o tempo.


Nono Parizotto:
Antonio Parizotto era meu avô. O nono Parizotto possuía um sítio em Chavantes. Quando o visitávamos era um passeio maravilhoso. Ainda posso ver na minha memória, as brincadeiras, ouvir as risadas à beira do riacho ou o choro da Eline quando caiu em suas águas. Vejo o pilão tão grande para o meu tamanho, sempre com milho para ser batido. E a cana! Uma delícia! Uma plantação ao fundo da casa e o nono descascando e cortando pequenos pedaços para o nosso deleite.
No sítio, nono Parizotto fabricava a famosa Cachaça da Serra, que era engarrafada pelo Iori.
Saudades de você, nono).
                                      
Joaquim Alvarez                    

Joaquim Alvarez, 69 anos, natural de Chavantes, veio para Bauru ainda menino. Bancário, aposentado em 1992 tinha que continuar trabalhando e mesmo querendo comprar um caminhão, acabou atrás de um balcão e de uma padaria. Sempre no mesmo lugar, a inauguração foi no mesmo ano, exatos vinte anos atrás, primeiro com um sobrinho, mas três meses depois sozinho, ou seja, ele e a esposa, Ignez Amorim, 69 anos e uma espécie de faz tudo no estabelecimento. “Nesse tempo acho que mudei uns quatro padeiros. Mudo mais um agora, mas a receita continua a mesma, sempre. Beirando os 70 anos não tenho mais pique para inovar, nem para novos investimentos. Meu casal de filhos não quer saber disso, estão em outra. Continuo fazendo pão e o que me move são as pessoas que elogiam o que faço”, diz.
A Delícia Pura possui um diferencial nesse mar de padarias, ela é considerada por muitos como a que faz o melhor pão de Bauru. Elogios não lhe faltam. “Eu ouço essa história todos os dias. Isso me dá força. Vem gente aqui do Jardim América, Falcão, Pagani, Geisel e de tantos outros distantes bairros. Eles voltam e é até chato eu falar nisso, mas me dizem que faço o melhor pão de Bauru. Quando me perguntam sobre o que faço de diferente a resposta é: amor e carinho. Essa receita atual é antiga e a descobri uns quatro meses depois que abri a padaria. Num domingo estava fazendo pão e resolvi mudar, fiz alguns experimentos e deu certo. Não mudei mais. Só não posso falar sobre o tal segredo, pois aí entrego o ouro para o bandido”, continua seu relato.
A receita é segredo a sete chaves, mas o gosto é inigualável. Uma espécie de farinha, um pó por cima da casca superior e a maciez da massa. Famosa a história dos que passam por ali regularmente para levar pães, desvios de rotas após o trabalho, tudo para pegar uma fornada quentinha, dentre as muitas a saírem durante o dia. “Passou um senhor aqui meses atrás e comprou 50 pães dizendo que a sobrinha só comia o daqui e hoje mora no Japão, morria de vontade de comê-lo novamente. Deve ter enviado alguns a ela”, me diz. Histórias como essa ele tem muitas, como a do bar Saudosa Maloca, que diariamente busca quarenta, num formato mais esticado e pouco mais pesado. “A receita não se perde com o tempo, se parar com tudo, passo para quem ficar no meu lugar. Um outro sobrinho, em São José do Rio Preto, dono da Trigoarte faz o pão com a minha receita e o sucesso dele é a minha felicidade”, conclui. 
Os balcões não são lotados de produtos, existem muitos vazios e os móveis não são os lançamentos atuais. Faz questão de me mostrar uma foto do letreiro, feito quatro anos atrás, desbotado, mas ainda muito útil. “Desde que abri não tiro férias. Isso cansa, mesmo com os elogios todos. Abro das 6h30 às 20h de segunda a sábado e nos domingos fico até umas 13h. Fico na minha, me dizem fechadão.
 Quando lhe pergunto quantos pães faz por dia, foge e responde: “Outro segredo. Tenho pouco relacionamento com donos de outras padarias, mas nem que tivesse tem coisas que não se deve falar”. E para encerrar um relato sobre seu jeito de ser. Na primeira interpelada sobre esse texto, disse que falaria, mas deixou claro uma espécie de denúncia a uma prática de muitos: “Não vou ter que te dar nada em troca, né?”. Não queria nem mesmo um mero pão, mas na hora de pagar o meu (pois também levei alguns para casa), não teve jeito, Ignez fechou o caixa e me disse para provar. “Esse é para pegar gosto pela coisa, para se viciar. Paga só desse em diante” e encerra o assunto. Viciei.


Revolução Constitucionalista
de 1932 marcou a região

HISTÓRIA — Uma das frentes de batalha na Revolução de 32 foi montada em Chavantes para conter a invasão das tropas aliadas à Getulio, que vinham do Paraná


José Osiris, o "Biju", em desfile cívico realizado em São Paulo em 20029 de julho, é uma data importante para muitas famílias da região. É o dia em que teve início a Revolução Constitucionalista de 1932. Na região, muitos voluntários foram lutar no front instalado na cidade de Chavantes. O santa-cruzense José Osiris Piedade, ex-vice-prefeito, foi um deles. Para a viúva Alda Gonzaga Piedade, o filho e as quatro filhas, a data é mais um motivo para lembrar do patriota de 32 que morreu em outubro de 2002 se orgulhando de ter sido voluntário. No mesmo ano, fez seu último desfile cívico em comemoração à revolução. O desfile foi no Ibirapuera em São Paulo.
Filha de “Biju”, Antonia Maria Piedade de Azevedo lembra que o pai tinha muito orgulho daquela época. Alda conta que o marido era muito patriota e idealista. “Ele tinha 20 anos quando foi para a revolução. Nós casamos em janeiro e em julho ele já estava lutando. Ficava muito nervosa, aflita, preocupada e apreensiva”. José Piedade ficou no campo de batalha em Chavantes.
Antonia Maria explicou que o batalhão de Santa Cruz ficava em Chavantes. “Eles tentavam cercar o pessoal que vinha do sul para atacar São Paulo. Ficavam na beira do rio [Paranapanema] para não deixar os gaúchos invadirem”, conta.Viúva de Biju mostra jornal  de 32
A filha ainda se lembra das medalhas de honra e bravura que o pai recebeu. “Ele foi condecorado muitas vezes e ficou em batalha até a revolução terminar. Eram todos voluntários lutando pela mesma causa”, relata. A viúva acrescenta, ainda, que os voluntários eram farmacêuticos, juízes e jovens da região.
No periódico Santa Cruz Jornal, edição de 4 de setembro de 1932, que Alda guardou, as notícias eram todas sobre a revolução. A principal falava dos voluntários que acabavam de ir para o front, entre eles o então 2º Tenente José Osíris Piedade.
Outra nota contava que Luiz Gonzaga d’Avila havia perdido um braço em combate e que seu irmão era “prisioneiro dos ditadores” na Ilha das Flores. O jornal trazia ainda balanços de doações para a Cruz Azul, entidade que ajudava os soldados. Na época, os santa-cruzenses doaram terrenos, dinheiro, roupas e alimentos para a revolução.
A família Piedade também guarda um documento que atesta a bravura do patriarca e relata que ele havia sido promovido em plena luta ao posto de 1º Tenente.
Ponte destruída — Como Chavantes foi uma das frentes da Revolução Constitucionalista de 32, este mês o Museu Municipal está realizando a exposição “Chavantes nas Revoluções”. Por ser divisa de estado, a cidade vivenciou movimentos políticos das décadas de 20 e 30 em São Paulo. Na revolução de 32, às margens do rio Paranapanema, os soldados paulistas tentavam conter a invasão das tropas aliadas que vinham pelo Paraná.
Inscrição na pedra de ChavantesA ponte pênsil “Alves de Lima” sofreu com as várias batalhas. Ela foi muito danificada pelos revoltosos em 1924. Em 1930, as forças legais dinamitaram as torres de sustentação da estrutura pênsil. Uma reforma na ponte começou em setembro de 1934 e foi até novembro de 1935.
Na revolução de 32, os soldados paulistas chegavam à cidade pelos trilhos da antiga Estrada de Ferro Sorocabana. A única escola da época foi transformada em quartel militar (prédio da antiga Associação Atlética Chavantense). Como em 1932 não havia ainda a usina hidrelétrica, os soldados procuravam abrigo às margens do rio. Uma pedra foi transformada num símbolo da Revolução. O pensamento dos soldados continua registrado na rocha. Hoje, a pedra se encontra dentro da área da usina que permite visitações.
Nela, os soldados escreveram: “Viva S. Paulo, viva o Brasil! Na beira do rio Paranapanema, onde ao longe se ouviam os ruídos das metralhadoras que, no troar das granadas, imitavam o grito do Ipiranga — independência ou morte! Assim, os soldados da Constituição derrubarão, de armas nas mão, a nefasta ditadura no chão — 22/09/1932”.

Estação de Chavantes na época, por onde chegavam os combatentesHistória — Em 1930, com a revolução que levou Getúlio Vargas ao poder, inicia-se o Governo Provisório. Vargas extingue uma série de estruturas políticas, incluindo o Congresso Nacional. Nomeia interventores e delegados do presidente, aos quais entregava o governo dos estados, que governariam até a aprovação de uma nova constituição.
Na seleção desses interventores, Vargas atendeu apenas às exigências do momento, gerando descontentamento nos estados. Havia também insatisfação em relação à demora na elaboração de nova Constituição. Esta revolta, maior em São Paulo, somada à obstrução do poder dos cafeicultores e à oposição de São Paulo ao fato de ter sido nomeado um interventor que não era paulista, explode numa luta armada.
Ocorre, então, uma greve mobilizando cerca de 200 mil trabalhadores de São Paulo, resultando em conflitos armados. Um deles leva à morte quatro estudantes: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo. Com as iniciais desses nomes, surge a sigla MMDC, um importante símbolo da revolução. Reivindicando o fim do Governo Provisório, a nomeação de um novo presidente da república, a autonomia estadual e, principalmente, uma reconstitucionalização do país, estoura, a 9 de julho de 1932, a Revolução Constitucionalista.
A revolução é sufocada por Vargas em 1º de outubro de 1932, após três meses de batalhas. Apesar da derrota, os paulistas conseguiram realizar parte de seus objetivos. Em maio de 1933, Vargas convoca eleições para a Assembléia Constituinte, promulgando, em julho de 1934, a terceira constituição brasileira.


Agostinho dos Santos

Uma postagem para os que estão com mais, mais de 50... que namoravam de mãos dadas, olho no olho e  dançavam de rosto colado.
Em 1955 entre outros, esteve em Chavantes, Agostinho dos Santos.
A sede social da Associação Atlética estava em reforma então fizeram um barracão rústico na parte dos fundos e ali aconteceu um baile que tocou o coração de todos.
Veja a foto:

Agostinho dos Santos, Elza Laranjeira, Alcino Ferraz, Paulica Ferraz, 
Oto Mamede, Noemia Sturion Mamede, Dirceu e Irene Vedovello,
Valdomira Mamede.
Escute a sua música enquanto lê o texto.
Agostinho dos Santos (São Paulo25 de abril de 1932 — Paris12 de julho de 1973) foi um cantor e compositor brasileiro. Seu maior sucesso foi cantando músicas da peça e depois do filme Orfeu Negro, como Manhã de Carnaval e Felicidade. Participou da apresentação de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova Iorque (1962). Faleceu, em 1973, em trágico desastre aéreo nas imediações do Aeroporto de Orly em Paris, no Voo Varig 820.
Foi crooner de orquestra, trabalhou nas rádios América e Nacional. Em 1955 foi para o Rio de Janeiro cantar com Ângela Maria e Sílvia Teles na Rádio Mairynk Veiga e gravou, no ano seguinte, o LP "Uma Voz e seus Sucessos", com músicas de Tom Jobim e Dolores Duran. Foi intérprete no filme "Orfeu do Carnaval", de Marcel Camus, com trilha sonora de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que lhe rendeu dois grandes sucessos: "Manhã de Carnaval" (L. Bonfá/ Moraes) e "A Felicidade" (Jobim/ Moraes). Nos anos 50 e 60 ganhou prêmios e atuou como compositor, além de cantor. Participou do Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York (1962) com o conjunto de Oscar Castro Neves. Teve uma rápida passagem pelo rock'n'roll nos anos 50, gravando "Até Logo, Jacaré", versão de Julio Nagib para "See You Later, Alligator", de Bill Halley & His Comets. Excursionou pela Europa e morreu num acidente aéreo em Paris.



 EM CONSTRUÇÃO


                                                      

                                                                                                                                                                                            

11 comentários:

Maria Angela Geraldo disse...

Boa Noite Lilia!
Sou Maria Angela Geraldo , neta de João Geraldo , meu avô italiano , chegou no Brasil no dia 23/12/1888 com 4 anos de idade, indo para São Simão com seus pais e irmã. Em 1904 se casa Antonia Dell' Acgua, vindo morar posteriormente a pedido de sua irmã Ana Geraldo Bueno ( esposa de Zacarias) em Chavantes, tendo 11 filhos, sendo que meu pai Pedro Geraldo foi o caçula e nasceu aí, depois quando adulto vai morar em Uraí PR , formando sua família , casando-se com Conceição Duarte Geraldo e tendo 6 filhos ( Maria Antônia, José Renato, Maria Angela, João Geraldo, Luiz Henrique e Homero Cezar).
Muito interessante teu blog e vendo os " Casos", gostaria de comentar sobre a Agencia Ford.
Meu avô na época da inauguração desta Agência, era relojoeiro muito habilidoso e a Agência não tinha nenhum mecânico. O que fez o proprietário, ofereceu a ele o cargo de mecânico, sendo ele assim o primeiro mecânico da Ford em Chavantes ( pelos comentários de meu pai e tios , ele era muito bom neste serviço.
Gostaria que você completasse, com esta informação, sobre a Agência Ford .
Abraços
Maria Angela
* mandarei fotos para colocar no teu blog, posso ?

Lilia disse...

Maria Angela, tenho o maior prazer qdo as pessoas começam a participar das histórias. O blog é nosso! Vou acrescentar a informação e gostaria q vc enviasse as fotos no meu email. vou espera-las para colocar a história do seu pai em casos. Pode acrescentar mais se for possível.
obrigada e forte abraço.

Marinho disse...

Maria Angela

O nome não seria Azarias Bueno ao invés de Zacarias, que era meu bisavô procedente de São Simão e que se casou com Anita Bueno, que segundo me falaram era italiana e descendente da família Geraldo? Se você puder me dar alguma informação ficaria feliz.....
Gostaria de saber mais sobre a família Geraldo.

Lilia disse...

Marinho, vc pode estar certo, mas a família do sr Azarias Bueno ainda vai aparecer no blog. Como são muitas informações vou colocando aos poucos. Aguarde, por favor.
abraços
lilia

Eng. M.Sc. Richard Poli Soares disse...

Querida Professora Lília (1984/5, Ernesto Fonseca ...), que bacana reencontrá-la, através de seu belíssimo trabalho no blog. Nada surpreendente, já que foi talentosa pedagoga. Sugestão:Seo Pedro, Diretor do Ernesto, Leonildo Vidal - ex prefeito, Padre Urbano ... que saudades dessa terra querida! Parabéns!!!

Lilia disse...

Olá Richard, que alegria reencontrá-lo.
Obrigada por suas gentis palavras.
Infelizmente, ainda não fiz postagens do Vidal mas está na programação - Prefeitos. O padre Urbano, aparece em religiões e o Pedro Queiros, aparecerá qdo fizer a postagem sobre as escolas.
Um gde abraco e volte sempre.

Unknown disse...

Olá, Lília!
Meu nome é Eline sou neta da filha do Antônio Parizotto ( meu bisavô) Luzia Parizotto, não o conheci, infelizmente, mas adorei ler um pouco sobre ele, adoraria ter mais informações, se possível. Li a respeito dá Eline meu nome foi uma homenagem a ela. Grata,
desde já !

Unknown disse...

Olá, Lília!
Meu nome é Eline sou neta da filha do Antônio Parizotto ( meu bisavô) Luzia Parizotto, não o conheci, infelizmente, mas adorei ler um pouco sobre ele, adoraria ter mais informações, se possível. Li a respeito dá Eline meu nome foi uma homenagem a ela. Grata,
desde já !

Anônimo disse...

Aguardando a publicacao e reconstrucao da verdadeira historia cara senhora
Luiz Edgard Bueno

Lilia disse...

Eline, mais conhecida colo Li. Uma priminha que encontrei gracas ao blog. Que maravilha.

Lilia disse...

Caro STARS SILENCE, não sei o que AGUARDA pois o seu comentário não foi claro. Algum erro? Qual? O blog é construído com bastante atenção e muita pesquisa entre a população, mas nada impede que o sr escreva a sua própria história.