Ciclone de 1921 devastou Chavantes



 Ciclone

Ciclone de 1921 devastou Chavantes e matou sete
MEMÓRIA — Um fenômeno da natureza jamais visto na região destruiu casas, a estação ferroviária e matou animais e pessoas num enorme rastro de destruição. 

                                   Foto publicada no jornal Debate. Desconheço o autor
 
 Um ciclone fortíssimo — ou furacão, como garantiram os moradores da época — provocou uma tragédia em Chavantes em 14 de setembro de 1921. Fenômeno raro no Brasil e jamais visto na região, o furacão destruiu propriedades, a estação ferroviária da cidade e matou 7 pessoas. Chovia naquele dia, como noticiou dias depois o jornal “A Cidade”, e a tragédia aconteceu perto das 18h. De repente, o furacão apareceu e atingiu parte da cidade e algumas fazendas.
Meu sogro, Nelson Alves de Souza, comentava sobre o ciclone e a mãe da Marilda Helena Iori Luizon ainda se lembra do fato que arrancou postes telegráficos e de luz, além de grades e cercas.

"O museu de Chavantes disponibiliza algumas fotos de propriedades destruídas pelo furacão, cedidas pelo ex-vereador Reinaldo Mortari Júnior. Há quem garanta, inclusive, que um carro de boi — uma enorme carroça puxada por um boi — foi levantado a vários metros de altura. Nas fazendas, o furacão devastou cercas, casas — algumas de alvenaria —, paiol, tulhas ladrilhos do terreirão de café e matou vários animais.Na época, as fazendas, segundo Maria Helena Cadamuro, pertenciam às famílias Pereira Leite e Gustavo Fleury. Mas o mais trágico foi a morte de pelo menos 7 pessoas. Muitas, aliás, de forma violenta, sendo arremessadas a objetos pontiagudos. Através de pesquisas, a chefe do museu encontrou pelo menos dois atestados de óbito de vítimas do furacão. Amadeu Rogério, de 17 anos, filho de imigrantes italianos, morreu “em consequência da tempestade”, segundo consta no documento. Já Luiz Rogério, 47, pai de Amadeu, teve, de acordo com o atestado, “morte violenta em consequência do ciclone”. Numa das fazendas atingidas, a Santo Antonio, propriedade que hoje pertence ao grupo Quagliato da Usina São Luiz, há uma pequena capela marcando o local onde morreu uma jovem mulher, lançada aos ares pela tempestade. O jornal santa-cruzense “A Cidade” noticiou que Chavantes tinha sido palco de “horrível catástrofe”. “De um dia nublado e chuvoso, advém um devastador ciclone que, atingindo parte da cidade, caminhou para algumas regiões circunvizinhas, atingindo propriedades na zona rural”, diz trecho da reportagem. Segundo o jornal de Santa Cruz, o furacão “semeou destruição” na estação ferroviária e continuou “devastando postes elétricos e telefônicos, destelhando casas, arrombando cercas e dali avançando pelas propriedades rurais, matando pessoas e animais, numa dança macabra de aproximadamente 10 quilômetros”. O furacão ainda prosseguiu destruindo aproximadamente 18 casas, chegando a atingir Ourinhos, onde devastou a residência de Alberto Cintra. Somente neste local uma pessoa morreu e 38 ficaram feridas. Várias famílias ficaram desabrigadas e foram atendidos no Grupo Escolar de Chavantes. Na época, a população se mobilizou para ajudar as vítimas e vários caminhões transportaram feridos, muitos em estado grave. Houve necessidade de se instalar, num prédio improvisado, um hospital de sangue. As cidades vizinhas também se mobilizaram e enviaram alimentos, médicos, enfermeiras e ambulâncias para o auxílio às vítimas. Em Santa Cruz, o prefeito Osório Bueno destacou várias pessoas — a maioria médicos — para ajudar os atingidos pela tragédia. Durante anos a destruição foi lembrada em toda a região. Hoje, é história contada por idosos e pelo museu de Chavantes". (Texto e fotos Jornal Debate)

                              Foto encontrada no blog de Iba Mendes. Desconheço o autor


                                    Foto publicada no jornal Debate. Desconheço o autor. 

Definição de Ciclone:

Ciclone é um fenômeno atmosférico em que os ventos giram em sentido circular, tendo no centro uma área de baixa pressão. No hemisfério sul, o vento gira em sentido horário e no norte, no sentido anti-horário. Os ventos de um ciclone podem chegar a 200 km/h e, geralmente, apresentam-se acompanhados de fortes chuvas (tempestades). Estas precipitações ocorrem, pois o ar quente se eleva, formando assim as nuvens.Os ciclones formam-se, geralmente, em regiões de clima tropical e equatorial, em áreas do oceano com águas quentes.
Quando um ciclone nasce e se desenvolve no Oceano Atlântico ele é chamado de furacão. Quando o ciclone é formado sobre as águas do Oceano Pacífico, então é chamado de tufão.


Definição de Tornado:
Os tornados são redemoinhos atmosféricos caracterizados por um espiral, em forma de funil de vento, que gira em torno de um centro de baixa pressão atmosférica; são produzidos por uma única tempestade convectiva. Normalmente, a sua formação ocorre no final da tarde, pois nesse período a atmosfera apresenta maior instabilidade, contém em média 100 metros de extensão, e, ao contrário dos furacões, sua duração é de poucos minutos. Os tornados são fenômenos tipicamente continentais, formados através da chegada de frentes frias em regiões onde o ar está mais quente e instável, favorecendo o desencadeamento de uma tempestade, que, por sua vez, impulsiona a formação desse tipo de ciclone. 
                                     



4 comentários:

Fabriziojadv@hotmail.com disse...

Tudo indica ter sido um "tornado"

Lilia disse...

Fabrizio, a matéria saiu como noticiado na época q o exagero chegou a chamar de furacão. mas vc deu uma boa ideia. vou colocar a definição de tornado tbm obrigada.

Guilherme Zacura Filho disse...

Olá Lilia.
É admirável o seu trabalho. Já o reli varias vezes e sempre assimilo um pouco mais da nossa história.
Você teria em seu acervo fotografias do Salto palmital e da pequena usina que lá havia?
Aquele local fez parte da minha infância, e tenho encontrado dificuldade em obter alguma foto.

Agradeço antecipadamente, e uma vez mais quero que saiba que seu trabalho é muito importante.

guilhermezacurafilho@gmail.com

Santa Cruz do Rio Pardo
nascido em 17?09/1953

Guilherme Zacura Filho disse...

Olá Lilia.
Seu trabalho é admirável, e tem me auxiliado como professor. Gostaria de fazer algumas perguntas por e-mail, e quero saber se seria possível.

Guilherme Zacura Filho
Santa Cruz do Rio Pardo SP